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Sobre o novo coronavírus: façamos o que pode ser feito

Atualizado: 20 de mar. de 2020


Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Coluna por Amanda Borba


Todos os dias novos vírus aparecem. Se considerarmos a proporção de seres humanos frente a esses seres microscópicos, poderíamos dizer que nós é que vivemos no mundo deles. A preocupação, dessa vez, é o novo coronavírus. E por que novo é a primeira pergunta que se pode fazer. Na verdade, há muitos outros coronavírus, já que o termo nomeia uma família viral inteirinha, descoberta nos anos de 1960. Lembram do SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome) ? Esta síndrome respiratória, que abalou os chineses em 2002, chegando, inclusive à América, é causada por um tipo de coronavírus. O chamado SARS-CoV ganhou o mundo, tornando-se uma pandemia, que só foi controlada em 2003. Até lá, foram contabilizadas cerca de 800 mortes causadas pela síndrome. Depois do SARS, foi a vez do MERS (Middle East Respiratory Syndrome), uma síndrome respiratória grave que acometeu o Oriente Médio em 2012, sendo os primeiros casos relatados na Jordânia. Sobre as infecções pelo MERS-CoV, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fornece os seguintes dados: cerca de 1700 casos confirmados e 628 mortes relacionadas ao vírus. O que se sabe até o momento é que a maioria dos coronavírus acometem apenas uma espécie animal ou um pequeno número de espécies relacionadas. Os coronavírus humanos (alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1) normalmente causam infecções respiratórias leves, com sintomas de gripe, como tosse, coriza, dor na garganta e febre. Nos casos mais graves, o quadro pode evoluir para uma pneumonia. O MERS-CoV, SARS-CoV e, aparentemente, o novo coronavírus, o COVID-19, podem infectar pessoas e animais. Acredita-se que o SARS tem como reservatório animal os morcegos, assim como o MERS – mas desconfia-se que este último também pode estar relacionado aos camelos. Especula-se que o COVID-19 tenha vindo de animais comercializados no mercado de Wuhan, na China. O novo coronavírus, como se sabe, foi descoberto em dezembro de 2019, na China, e tem sido responsável por infecções respiratórias graves, especialmente em pessoas com idade avançada ou histórico de doenças crônicas. Alguns desses indivíduos foram a óbito. Ainda é cedo para definições a respeito dos impactos que esse vírus pode causar a longo prazo. Mas especialistas já desmentem uma série de fake news a respeito da epidemia. E, entre as confusões a respeito das medidas preventivas, está a de que o álcool gel pode livrar nos do vírus. Essa informação, inclusive, é responsável pelo esvaziamento do produto das prateleiras das farmácias e aumento dos preços. No entanto, o álcool não mata o COVID-19, ele apenas substitui uma medida profilática importante: a higienização das mãos com água e sabão – que deve ser feita até os cotovelos. A doença causada pelo COVID-19 ainda não foi analisada clinicamente ao ponto de se saber, com precisão, qual seu grau de letalidade. Na China, epicentro da epidemia, a letalidade é de 3,0% (2.239/75.569). As autoridades insistem que não há motivo para pânico. No Brasil, o Ministério de Saúde recebeu 488 notificações de possíveis casos da doença. Apenas dois, até o momento, foram confirmados, 240 foram descartados com exames laboratoriais ou foram excluídos por não atenderem às definições de caso. Estes últimos, segundo o boletim epidemiológico do órgão, seguem sendo monitorados segundo protocolo da vigilância da Influenza. Em Pernambuco, a Secretaria de Saúde do estado descartou 11 casos suspeitos do novo coronavírus (Covid-19). O estado tem agora quatro ocorrências em investigação.


Por ser um vírus novo, todos os indivíduos estão vulneráveis à infecção, não há dúvidas quanto a isso. E, justamente por ser novo, o sistema imunológico humano se arma à toda contra o antígeno, o que acarreta o aumento de secreção nos dutos pulmonares, o que abala a capacidade respiratória das vítimas. Sabe-se também que não há como conter efetivamente o avanço de um vírus como esse, que já viajou continentes. Mas enquanto os cientistas caminham em direção a isto, é importante lembrarmos do que pode ser feito nesse momento: seguir as diretrizes dos órgãos competentes. Isso envolve, além da frequente higienização das mãos:


- O uso de lenço descartável em caso de secreção nasal;

- Cobrir nariz e boca com o antebraço em caso de espirro ou tosse – os lenços descartáveis também podem ser utilizados;

- Evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca;

- Não compartilhar talheres, pratos, copos, garrafas, canudos, cigarros ou batons;

- Manter-se em ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença.

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